Categoria: Testes

Por que a investigação em tecnologia precisa de uma rede de utilizadores

Uma rede de utilizadores é um grupo de pessoas que concordaram em participar regularmente em estudos sobre o utilizador. Isso permite que os investigadores tenham acesso a utilizadores representativos de um grupo-alvo de uma tecnologia em desenvolvimento. O recrutamento de utilizadores torna-se muito mais rápido e fácil para os investigadores. O Fraunhofer Portugal AICOS tem a sua própria rede de utilizadores. Uns praticam Tai-Chi, outros preferem jogar cartas, uns têm os mais recentes gadgets, outros mantêm-se fiéis ao telemóvel tradicional, há os que cuidam dos netos e da casa e aqueles que não perdem uma oportunidade de viajar. É esta diversidade que torna a nossa rede de utilizadores tão especial. Obtemos diferentes perspetivas que incorporamos para criar tecnologia verdadeiramente significativa para as pessoas.

Consentimento informado em investigação

Quem participa nas nossas atividades já conhece. É o momento em que informamos os participantes sobre a atividade, explicando em que consiste (um questionário, um teste de usabilidade, uma entrevista), qual o objetivo e a finalidade, assim como o enquadramento no projeto em que se insere. Os participantes ficam assim com informação sobre a atividade, podendo então decidir livremente se querem participar. Explicamos e respondemos a dúvidas ou questões e fornecemos um documento em papel, que assinam, e a pessoa responsável pelo projeto assina também. 

Sessões de testes para desenvolvimento de algoritmos

Os voluntários da rede COLABORAR estão a participar num projeto de investigação europeu. COTIDIANA – Sistema móvel centrado do doente para melhorar estudos clínicos e acompanhamento de pessoas idosas com doença reumática – é um projeto co-financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, FFG, Confederação Suíça, Programa AAL e União Europeia. O projeto junta uma equipa multidisciplinar de cientistas, constituída por programadores, especialistas em UX/UI, e investigadores clínicos.

Nesta fase, o estudo consiste em usar smartphones para recolher dados de movimento enquanto os participantes executam tarefas de marcha e de movimentos da articulação do pulso. Os dados que estão a ser recolhidos são fundamentais para os cientistas treinarem os algoritmos dos sensores. Quando o sistema final estiver disponível, as pessoas com doença reumática irão poder ser avaliadas relativamente ao estado físico em ambulatório. Isto significa que o smartphone vai poder monitorizar a destreza manual, a marcha e atividade física, e os padrões de sociabilidade, e todos estes dados irão informar o médico sobre a evolução e estado da doença. Este novo método tem algumas vantagens relativamente à avaliação tradicional em consultório. Os doentes poderão ser avaliados mais frequentemente sem necessidade de se deslocarem ao hospital. Mais ainda, a informação recolhida pelos sensores do smartphone é potencialmente mais objetiva, pois reflete o estado do doente diariamente, o que é potencialmente mais preciso do que a informação subjetiva recolhida através de questionários e de avaliações pontuais pelos médicos, habitualmente a cada 3 a 6 meses.

Recolha de dados laboratorial

O projeto COTIDIANA pretende desenvolver uma solução móvel que permita a recolha de dados de pessoas com doenças reumáticas. Em linha com esse objetivo, uma equipa do FhP-AICOS tem vindo a realizar algumas entrevistas e testes de usabilidade com pacientes (alguns deles da rede COLABORAR).

O objetivo é compreender o contexto da doença e suas limitações para os pacientes. Além disso, com os testes de usabilidade, o objetivo é reunir feedback dos utilizadores, ajudando os investigadores a implementar uma solução mais eficiente e precisa. Os voluntários eram dos centros de dia ADARSOL.

Rede COLABORAR está de volta… e com um novo espaço de cocriação!

Após mais de dois anos de distanciamento social, a rede COLABORAR está de volta!

Como forma de retomar os testes de usabilidade, presencialmente, foi realizada uma sessão no novo espaço de cocriação do FhP-AICOS. Este espaço é agora dedicado a testes de usabilidade com utilizadores finais, como aconteceu recentemente no âmbito do projeto Anathema.

Numa sessão realizada com 4 utentes (2 casais), um dos parceiros do projeto, SexLab, moderou a primeira parte, um focus group com seniores sobre questões importantes da vida íntima e sexual na idade adulta.

Na segunda parte, o FhP-AICOS moderou um workshop de co-design em que os seniores deram o seu feedback relativamente às ilustrações a utilizar na aplicação, bem como a excertos de textos que foram criados para o programa.

A primeira de muitas sessões a serem realizadas neste espaço!

O Anathema é um projeto europeu para a promoção da saúde sexual, coordenado pelo centro de investigação Fraunhofer Portugal AICOS (FhP-AICOS) que visa desenvolver uma plataforma digital e uma aplicação móvel como forma de implementar programas de promoção da saúde sexual, de acordo com um plano definido em conjunto com psicólogos e terapeutas. O projeto Anathema tem como foco o acompanhamento da sexualidade em adultos com mais de 55 anos e com doenças crónicas.

Diretrizes para estudos longitudinais

Em 2019, a nossa equipa de HCD, com uma vasta experiência em estudos longitudinais, publicou o artigo intitulado “Challenges and Lessons Learned from Implementing Longitudinal Studies for Self-care Technology Assessment”. Agora, e com base nesse artigo, os nossos especialistas prepararam um resumo, com algumas dicas e conselhos sobre como realizar um estudo longitudinal.  

Clique aqui para aceder o documento.


3 estratégias para gerir melhor um living lab

Envolver utilizadores de forma ativa e contínua é essencial para manter uma rede de utilizadores que apoia projetos de investigação. Quando um projeto identifica a necessidade de utilizadores, quer seja para realizar investigação sobre o utilizador ou testes de usabilidade de aplicações móveis inovadoras de sáude e bem-estar, o COLABORAR deve prontamente fornecer participantes. Frequentemente, recrutamos o mesmo utilizador múltiplas vezes, se ele/ela cumprirem os critérios de inclusão. As estatísticas do nosso living lab mostram que cada participante participou em média 2,7 vezes em atividades de investigação, desde o início do COLABORAR, em novembro de 2011. Isto implica que sejamos capazes de manter os utilizadores na rede e é também um dos maiores desafios de gerir um living lab.

Ao longo dos últimos 8 anos experimentámos e melhorámos algumas estratégias. Aqui estão algumas lições que nos ajudaram a manter os voluntários “ativos”, ou seja, recetivos a serem convidados a participar.

1 – Mostrar apreço pelo seu contributo na investigação

2 – Manter contacto

3 – Construir confiança

Estamos certos de que estas dicas vão ajudá-los a gerir com sucesso um living lab.

Dia Mundial da Usabilidade 2019

Hoje celebra-se o Dia Mundial da Usabilidade 2019.

Felicitamos todos os profissionais que trabalham na área dos estudos de usabilidade. Quer trabalhem com objetos como mesas ou carros, ou trabalhem com software para computador, TV, telemóvel ou tablet, desempenham um trabalho muito importante, pois os seus métodos de estudo permitem que os utilizadores tenham boas experiências de utilização dos dispositivos.

Na Fraunhofer Portugal AICOS, há uma equipa inteira dedicada a estes estudos. São engenheiros, designers e outros profissionais a trabalhar na equipa de Design Centrado em Humanos.

Como recrutar participantes em 4 passos

Vamos partilhar os passos que seguimos quando preparamos o recrutamento de participantes para investigação em sessões de usabilidade. O recrutamento de participantes pode ser difícil, especialmente para um investigador que está a iniciar atividades de Design Centrado em Humanos, por isso partilhamos algumas coisas que fazemos sempre para tornar o recrutamento efetivo e mais fácil.

Estes são os 4 passos:

1 – Definir os utilizadores

As características dos utilizadores dependem do contexto do estudo e do público-alvo da tecnologia em estudo. Por exemplo, pode precisar de seniores ativos que ainda estão envolvidos em atividades físicas e sociais e que estão à vontade com tecnologia. Ou pode ser útil receber a perspetiva de idosos que não usam tecnologia.

2 – Planear os materiais a usar nos testes

Os materiais que está a planear usar numa sessão de usabilidade com utilizadores para estes interagirem devem ser tidos em consideração quando se está a recrutar os participantes. Os protótipos em papel são uma boa opção para usar com utilizadores que não estão à vontade com tecnologia porque eliminam a barreira de usar um smartphone ou um tablet. Desta forma, os participantes serão capazes de se concentrarem na compreensão do workflow e de se focarem nas tarefas. Por outro lado, quando está a preparar um teste de usabilidade na fase de validação da tecnologia e por isso protótipos mais funcionais e interativos devem ser usados, são necessários utilizadores proficientes.

3 – Contextualizar

Explicar sucintamente o objetivo do projeto, bem como os materiais a usar, dia, hora e duração da sessão é muito importante quando se convida um potencial participante. Estas informações permitem-lhe ter uma visão geral sobre o âmbito da investigação, por que são necessários testes e o que o investigador espera dele ou dela. Tenha em atenção que deverá realçar que não existem boas ou más respostas, apenas necessita da sua opinião.

4 – Prestar atenção aos feriados nacionais e épocas festivas

Os idosos frequentemente tiram mini-férias e retiros para o campo, habitualmente por altura de um feriado, fim-de-semana ou época festiva, para que possam passar tempo com familiares que ainda trabalham. Por essa razão, não é boa ideia agendar sessões de teste nestes períodos. Adapte a sua agenda à disponibilidade dos participantes e apresente várias opções de calendário.

Estes são conselhos práticos que pode usar no próximo recrutamento de participantes para uma sessão de usabilidade. Diga-nos se os achou úteis, através do nosso formulário de contacto.

Voluntariado científico

Tenha 18 ou 80 anos de idade, faça parte da inovação.

O COLABORAR promove uma abordagem de investigação que junta cientistas e partes interessadas que têm conhecimento sobre um assunto particular. Pode ser na área da assistência social, serviços de saúde, transportes públicos ou planeamento urbano. De acordo com isso, educadores e assistentes sociais, profissionais de saúde, especialistas em envelhecimento e cidadãos são encorajados a envolverem-se em ciência. É tão simples como partilhar necessidades, prioridades e preferências.

As organizações internacionais recomendam este modelo de investigação colaborativo, com o objetivo de melhorar os resultados. Estamos certos de que a nossa investigação tem mais valor porque inclui as preocupações de doentes, profissionais e utilizadores.

Faça parte desta iniciativa e influencie a investigação que fazemos. Molde as tecnologias e os serviços tecnológicos que vai utilizar. A sua opinião é importante. Para participar voluntariamente em investigação, preencha o formulário de contacto.