Autor: Silvia Rêgo

Tempo de festejar

O COLABORAR celebrou  8 anos de existência do Living Lab do Fraunhofer AICOS com a organização de um convívio social. Voluntários, investigadores e a coordenadora do COLABORAR discutiram juntos as atividades em curso e os aspetos positivos e negativos.

Ao longo dos últimos 8 anos, com a ajuda dos voluntários, maioritariamente do Porto, o COLABORAR suportou mais de 3000 atividades de investigação. Muitas pessoas contribuiram com o seu tempo permitindo aos investigadores recolher a opinião dos utilizadores aceca de tecnologias inovadoras de auto-cuidado e bem-estar. Fundamentalmente, os voluntários tornaram possível um ambiente de discussão, partilha e convívio, promovendo assim a compreensão acerca de como os idosos vivem, assim como os seus hábitos e dificuldades.

 

 

8 anos de COLABORAR

Este mês celebramos o 8.º aniversário do COLABORAR, assinalando o 8.º ano do COLABORAR enquanto rede de utilizadores que reúne investigadores e utilizadores.

Ao celebrarmos 8 anos é inevitável recordar o início de novembro de 2011, quando estávamos a preparar-nos para iniciar o projeto no Porto. Preparámos o trabalho administrativo relativo  aos procedimentos para cumprir com os regulamentos e boas práticas de investigação. Os aspetos práticos relacionados com visitas de participantes, tais como transporte, espaço e horários adequados aos seniores foram também organizados. Procurámos e contactámos instituições locais de caráter social, propondo que fizessem parte de um projeto inovador que iria promover o contacto de investigadores de tecnologia e idosos. O objetivo era recolher dados acerca dos seus hábitos ou necessidades, explorar ideias e avaliar protótipos com utilizadores representativos.

Recrutar idosos maioritariamente vulneráveis à exclusão digital ou com reduzida confiança na utilização de tecnologia foi um desafio. Contudo, esses idosos estavam disponíveis para ouvir a nossa proposta de investigação e depois decidiram participar. Utilizadores experientes em tecnologia juntaram-se ao projeto à medida que smartphones e tablets se tornavam mais acessíveis. As necessidades dos projetos e os seus critérios de inclusão conduziram-nos a estabelecer mais parcerias. O formulário online permitiu que instituições mais distantes geograficamente também integrassem a rede. Isto resultou num banco de 1100 participantes.

O COLABORAR teve sucesso para além das nossas expectativas. Vamos celebrar a rede de utilizadores COLABORAR e os objetivos conseguidos. Em nome de toda a equipa, obrigado a todos os que se juntaram a este projeto ao longo dos últimos 8 anos. Cada um contribuiu para o nosso grande objetivo:

Compreender as pessoas para criar tecnologia.

Dia Mundial da Usabilidade 2019

Hoje celebra-se o Dia Mundial da Usabilidade 2019.

Felicitamos todos os profissionais que trabalham na área dos estudos de usabilidade. Quer trabalhem com objetos como mesas ou carros, ou trabalhem com software para computador, TV, telemóvel ou tablet, desempenham um trabalho muito importante, pois os seus métodos de estudo permitem que os utilizadores tenham boas experiências de utilização dos dispositivos.

Na Fraunhofer Portugal AICOS, há uma equipa inteira dedicada a estes estudos. São engenheiros, designers e outros profissionais a trabalhar na equipa de Design Centrado em Humanos.

Como recrutar participantes em 4 passos

Vamos partilhar os passos que seguimos quando preparamos o recrutamento de participantes para investigação em sessões de usabilidade. O recrutamento de participantes pode ser difícil, especialmente para um investigador que está a iniciar atividades de Design Centrado em Humanos, por isso partilhamos algumas coisas que fazemos sempre para tornar o recrutamento efetivo e mais fácil.

Estes são os 4 passos:

1 – Definir os utilizadores

As características dos utilizadores dependem do contexto do estudo e do público-alvo da tecnologia em estudo. Por exemplo, pode precisar de seniores ativos que ainda estão envolvidos em atividades físicas e sociais e que estão à vontade com tecnologia. Ou pode ser útil receber a perspetiva de idosos que não usam tecnologia.

2 – Planear os materiais a usar nos testes

Os materiais que está a planear usar numa sessão de usabilidade com utilizadores para estes interagirem devem ser tidos em consideração quando se está a recrutar os participantes. Os protótipos em papel são uma boa opção para usar com utilizadores que não estão à vontade com tecnologia porque eliminam a barreira de usar um smartphone ou um tablet. Desta forma, os participantes serão capazes de se concentrarem na compreensão do workflow e de se focarem nas tarefas. Por outro lado, quando está a preparar um teste de usabilidade na fase de validação da tecnologia e por isso protótipos mais funcionais e interativos devem ser usados, são necessários utilizadores proficientes.

3 – Contextualizar

Explicar sucintamente o objetivo do projeto, bem como os materiais a usar, dia, hora e duração da sessão é muito importante quando se convida um potencial participante. Estas informações permitem-lhe ter uma visão geral sobre o âmbito da investigação, por que são necessários testes e o que o investigador espera dele ou dela. Tenha em atenção que deverá realçar que não existem boas ou más respostas, apenas necessita da sua opinião.

4 – Prestar atenção aos feriados nacionais e épocas festivas

Os idosos frequentemente tiram mini-férias e retiros para o campo, habitualmente por altura de um feriado, fim-de-semana ou época festiva, para que possam passar tempo com familiares que ainda trabalham. Por essa razão, não é boa ideia agendar sessões de teste nestes períodos. Adapte a sua agenda à disponibilidade dos participantes e apresente várias opções de calendário.

Estes são conselhos práticos que pode usar no próximo recrutamento de participantes para uma sessão de usabilidade. Diga-nos se os achou úteis, através do nosso formulário de contacto.

Cidadãos seniores como parceiros

Num centro de investigação onde se desenha e desenvolve tecnologia para cidadãos seniores, incluí-los no processo de investigação é essencial para produzir tecnologia inovadora para o bem-estar e a qualidade de vida dos seniores.

O Living Lab COLABORAR da Fraunhofer Portugal AICOS aproxima investigadores e seniores, promovendo a interação entre eles através de parcerias com organizações da comunidade. Centros de dia, juntas de freguesia, residenciais para pessoas idosas, entre outras, aderiram a esta iniciativa. O Living Lab dá voz aos seniores e facilita a integração das suas preferências na tecnologia que visa responder às suas necessidades. Desta forma, pretende-se que a tecnologia do futuro seja companheira dos seniores e uma ferramenta verdadeiramente fácil de utilizar. Investigadores e cidadãos seniores estão a construir tecnologia que no futuro irá permitir aos mais idosos manterem-se autónomos e participativos na esfera familiar e social.

São mais de 1000 cidadãos que fazem parte do Living Lab COLABORAR. Quem quiser juntar-se a este grupo, pode inscrever-se aqui.

Voluntariado científico

Tenha 18 ou 80 anos de idade, faça parte da inovação.

O COLABORAR promove uma abordagem de investigação que junta cientistas e partes interessadas que têm conhecimento sobre um assunto particular. Pode ser na área da assistência social, serviços de saúde, transportes públicos ou planeamento urbano. De acordo com isso, educadores e assistentes sociais, profissionais de saúde, especialistas em envelhecimento e cidadãos são encorajados a envolverem-se em ciência. É tão simples como partilhar necessidades, prioridades e preferências.

As organizações internacionais recomendam este modelo de investigação colaborativo, com o objetivo de melhorar os resultados. Estamos certos de que a nossa investigação tem mais valor porque inclui as preocupações de doentes, profissionais e utilizadores.

Faça parte desta iniciativa e influencie a investigação que fazemos. Molde as tecnologias e os serviços tecnológicos que vai utilizar. A sua opinião é importante. Para participar voluntariamente em investigação, preencha o formulário de contacto.

Estudo longitudinal

As novas tecnologias são cada vez mais utilizadas pelos idosos. Smartphones, tablets e apps fazem já parte do vocabulário dos seniores. Mas qual o impacto que estas tecnologias têm na vida diária dos idosos?

Para descobrir isso, os investigadores da equipa de Design Centrado em Humanos da Fraunhofer Portugal AICOS implementaram um estudo longitudinal para perceber os desafios e o impacto da tecnologia móvel nas rotinas diárias dos idosos. O estudo inclui pessoas que já têm smartphones e pessoas que não têm.

Este estudo irá permitir ilustrar como os idosos experienciam a integração da tecnologia nas suas vidas diárias. Os investigadores terão assim acesso a dados do mundo real sobre o uso de tecnologia com vista a desenhar interfaces de aplicações que ajudem a ultrapassar as barreiras que acompanham estas tecnologias.

COLABORAR – Painel de especialistas clínicos

O Fraunhofer Portugal AICOS (situada no Porto, no Edifício UPTEC) desenvolve atividades de investigação centradas em tecnologia digital aplicada, entre outros, aos domínios da saúde, envelhecimento ativo e bem-estar. Exemplos de projetos que fazem parte do nosso portfolio:

  • Rastreio descentralizado em dermatologia – tecnologia móvel para profissionais de saúde, validada como solução de monitorização ou de referenciação para lesões de pele;
  • Rastreio descentralizado em oftalmologia – um dispositivo ótico portátil baseado num smartphone que capta imagens da retina automaticamente, com orientação inteligente durante a aquisição e diagnóstico assistido por computador integrado no dispositivo;
  • Microscopia móvel, de baixo custo e automática – uma alternativa de baixo custo e automática aos microscópios convencionais, adaptada para suportar efetivamente o diagnóstico baseado em microscopia em áreas com acesso limitado a serviços de saúde;
  • Processamento avançado de dados de sensores inerciais para reconhecimento de atividades humanas e caracterização de movimentos – aplicado a exergames para seniores, programas de fisioterapia para o domicílio baseados em smartphones ou tablets e sensores inerciais, entre outros.

O Fraunhofer Portugal AICOS, ao desenvolver investigação aplicada, está diretamente envolvido na transformação digital. Porque estamos alinhados com as recomendações internacionais que consistem em envolver todos os stakeholders no desenho de soluções e serviços de base tecnológica, o COLABORAR está a promover a participação de clínicos. Por isso, dirigimos aos profissionais de saúde com eventual interesse em influenciar a inovação em saúde, o convite para integrar um painel de especialistas clínicos.

Este painel encontrar-se-á numa posição privilegiada para transmitir aos investigadores as necessidades, prioridades e preferências na área da saúde. Através desta iniciativa, os profissionais de saúde ficarão a conhecer os tópicos de investigação em que estamos a trabalhar e serão capazes de instigar futuros temas a explorar pela nossa equipa.

Recomendamos que os interessados enviem email para colaborar@fraunhofer.pt.

3000 sessões de investigação e teste com utilizadores

Estamos felizes por ter chegado ao objetivo de 3000 sessões de investigação e teste com utilizadores!

Nos últimos 7 anos e meio, o COLABORAR suportou 3000 atividades de investigação e teste com utilizadores. Recolha de requisitos, entrevistas, diários, testes de protótipos, classificação de cartões, grupos focais, testes de usabilidade presenciais, questionários e estudos-piloto são as atividades realizadas.

A equipa do COLABORAR não poderia estar mais satisfeita. Durante este tempo, aprendemos muitas coisas relacionadas com o recrutamento de pessoas para investigação e teste, assim como sobre a realização de atividades de investigação com utilizadores. Para os próximos anos, esperamos duplicar este número!

Recolha de dados para desenvolvimento de aplicação móvel para psicólogos

Os psicólogos habitualmente recolhem e analisam grandes quantidades de dados dos doentes na sua prática clínica. No Fraunhofer Portugal AICOS, um estudante de engenharia está a desenvolver uma aplicação móvel para apoiar o trabalho de psicólogos.

Sessenta voluntários do COLABORAR deram um importante contributo para a ciência ao participarem numa sessão com um psicólogo. O psicólogo, também voluntário, aplicou alguns métodos e instrumentos para avaliar cada indivíduo.

O estudo recebeu aprovação de uma comissão de ética independente. No final do estudo, os participantes irão receber um relatório individualizado elaborado pelo psicólogo. Muito obrigado a todos os participantes pela gentileza de participarem em investigação! O vosso contributo acrescenta valor à tecnologia, pois são usados dados reais no seu desenvolvimento.